"Deus deu uma "vida" para cada um de nós, mas tem gente que teima que tem de cuidar de DUAS...."

"Deus deu uma "vida" para cada um de nós, mas tem gente que teima que tem de cuidar de DUAS...."
OU ARRUME UM GATO!!! ===> Pense...........mas não muito!!!!

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Travessia "Serra Fina"





Salve Galera!!!


Depois de tanto planejar e esperar, realizamos a travessia da "Serra Fina", e para dizer a verdade acabou sendo mais difícil do que o esperado.
Acabamos indo só eu e o Manoel mesmo, depois de convidar muitos amigos, no fim deram para trás, mas fazer o que.



Relato da Travessia da “Serra Fina” Realizada de 30 de Julho à 02 de agosto de 2009.

Faz mais de um ano quando ouvi falar pela 1ª vez dessa travessia, para ser mais exato foi em junho de 2008 quando meu amigo Manoel, vulgo Mané, me ligou eu estava trampo, ele disse: “Vamos para Serra Fina, entra aew na Net e vê as fotos que você vai ficar loko pra ir também”. Pois bem, fui dar uma olhada pra ter uma noção de onde era e saber por que tanta euforia da parte dele. Realmente achei o lugar lindo e procurei saber mais como era a tal travessia, onde ficava e como era o esquema pra ir até lá. Depois de ter mais informações e ler a respeito aki mesmo neste fórum e em outros blogs internet a fora, resolvemos que além de ter um preparo físico também precisaríamos adquirir alguns equipamentos, resolvemos que em Julho de 2009 nós iríamos. Ao decorrer deste tempo convidamos vários amigos e conhecidos para ir conosco, chegou ter até umas 8 pessoas, mas no final acabou indo só eu o o Mané mesmo.

Como não iríamos com alguém que já tivesse ido, lemos muito a respeito e levamos um aparelho de GPS com a trilha gravada nele. Equipamentos comprados e depois de treinar umas caminhadas aqui em nossa cidade (Campos do Jordão-SP) combinamos com o nosso amigo Gilberto para nos levasse até Passa Quatro-MG, cidade onde que se tem acesso da Travessia tradicional que se inicia na Fazenda Toca do Lobo, queríamos fazer do dia 30/07 até o dia 02/08. A previsão do tempo era de Chuva no fim do dia 30/07, ficamos um pouco apreensivos por que sabíamos que a travessia seria muito perigosa com chuva, mas como estávamos meio pilhados fomos já com o pensamento que se chovesse nós abortaríamos a travessia. Já com a mochila é um caso a parte, não tem jeito, tem de carregar comida para 4 dias, além dos agasalhos e água ela fica pesada mesmo, mas depois de um tempo com ela nas costas ela acaba virando uma extensão do corpo.

Bom, chegamos em Passa Quatro eram 18:00h. do dia 29/07, passamos em um Posto de Combustível logo na entrada da cidade para comprar álcool para as espiriteiras, e passamos no centro da cidade para comer algo, logo depois seguimos para a tal “Toca do Lobo”. Como fazia uns dois dias que não chovia por lá a rua no começo estava até que boa, mas em umas partes estava muito ruim o Gilberto com o seu Celta estava se sentindo um piloto de Rally,rsrsrs, ele nos levou até onde tinha jeito para ser mais exato onde tem a placa que indica que ali que começa a Travessia. O Gilberto nos deixou ali e caminhamos até a Toca do Lobo, bom ali não tem erro depois da Fazenda, que leva o nome, há uma placa com um mapa da Travesia com todos os lugares de acampamento e uns dizeres com algumas normas de conduta, seguindo mais a frente a uma bifurcação, pegue a esquerda que desce, creio que não deu nem 1 km, já estávamos na “Toca do Lobo”, e descobrimos porque se chama assim, isso pensou certo tem uma caverna no fim da estrada que é a tal toca. Armamos acampamento na parte que as pessoas usam como estacionamento e viram seus carros. Não fez muito frio a temperatura ficou na casa dos 10º C. Passada noite comemos algo para ter forças para começar a nossa jornada,levantamos acampamento e seguimos em frente.

1º Dia

A trilha se inicia atravessando o rio em frente a caverna, um caminho de pedras que represa a água, não tem erro, atravessou depois é subir pela trilha até (como diria o Mané) a “cacunda” do morro. Saímos eram por volta das 07:40h. nos carregamos de muita água e subimos. Uma vez lá cima do morro, seguimos para a esquerda e oficialmente começamos a travessia da “Serra Fina”. Logo depois após passar pela 1ª área de acampamento vimos que tinha uma pequena queda d’água a esquerda, que seria um bom lugar para pegar água para os primeiros dois dias, deu uma hora de caminhada no máximo, mas seria melhor ter economizado as pernas até esse ponto por que iríamos precisar. A trilha em si até que bem demarcada em sua maioria, mas nossa maior orientação sem desmerecer o nosso GPS, foi os “Tótens” de pedra que outros aventureiros fizeram para demarcar a trilha, seguindo eles não tem como errar. Já no 1º dia já encaramos os maiores adversários da travessia, os Bambus e o Capim de Anta, e não adianta xinga-los (acredite você vai querer excomungá-los) por que serão companhia até o fim da travessia. Chegamos no “Capim Amarelo” era umas 14:30h. mais ou menos, e decidimos avançar e acampar na próxima área de Camping para ganhar tempo no próximo dia de caminhada. A noite teve uma temperatura amena, e ventava um pouco. Mas a previsão do tempo acertou e choveu de madrugada, não foi muito, mas nos deixou apreensivos em ter de cancelar. Mas graças a Deus parou de chover e amanheceu sem chuva e nem sinal de nuvens.

2º dia

Acordamos as 06:00h. junto com o Sol, as barracas estavam bem molhadas devido a chuva. Comemos algo e então percebemos que não tínhamos muita água, e tínhamos que racionar até chegarmos até o próximo ponto de água. Saindo do acampamento nos atrasamos um pouco por causa do maldito Capim de Anta, acreditem é muito fácil perder tem de tomar muito cuidado, pois entre eles por não tem trilha definida, marque um ponto adiante levante a cabeça e siga em frente. No mais a caminhada seguiu tranqüila,lindas paisagens um sobe e desce nos morros,sem contar as “escalaminhadas”. Logo avistamos a “Pedra da Mina” encoberta pela neblina nosso próximo objetivo, mas antes paramos no Rio Vermelho, e enfim almoçamos e descansamos bem para atingir o ponto máximo da travessia. Logo depois seguimos os tótens até a parte do rio que tem de atravessa-lo, já no começo da subia escutamos vozes olhamos para trás havia um grupo de aventureiros mais ou menos uma hora de distancia de nós, berramos e acenamos para eles e continuamos a subir. A trilha não é difícil, mais é bem ingrime, paramos umas duas vezes para tirar umas fotos e recuperar o ar. E enfim o topo!!! Lá no alto se tem a noção exata o que é estar nas alturas, nosso GPS estava marcando 2.800 metros de altitude (pelo IBGE 2.797 metros ) mas tudo bem. A neblina estava meio densa e ventava muito mas de vez em quando ela se dissipava e dava para ver bastante coisa. Rapidamente armamos o acampamento lá em cima mesmo, até então achamos uma boa idéia, e não iríamos perder a chance de acampar naquela altitude né. O Mane ficou travando bem a barraca porque ventava muito e ele estava com medo dela sair voando a noite, eu fui preparar algo quente para gente comer e beber, nisso apareceram os aventureiros que estavam logo atrás de nós, era um grupo de 6 homens, conversamos um pouco eles estavam com um guia, conversei com ele e tiramos algumas dúvidas, o pior que nem perguntei o nomes deles e nem de onde eram, eles desceram e foram acampar numa área que fica um pouco abaixo do topo. Logo escureceu e o frio aumentou, entramos na barraca e esperamos o sono vir porque não se via nada lá fora por causa da neblina e o vento estava demais. E foi assim a noite toda, aquela ventania nem dormimos direito. E enfim amanheceu!!!!
3º Dia

O nascer sol simplesmente o mais belo da travessia, eram 06:00h. estava fazendo 3ºC mas por causa do vento forte, a sensação térmica estava abaixo de zero, mesmo com luvas os dedos doíam demais. Levantamos acampamento e descemos seguindo os tótens em direção ao vale do Ruah, que fica a esquerda de quem desce, com uma ventania que quase nos derrubava. Ao final da descida avistamos um mar de Capim de Anta, e percebemos que até chegar ao rio verde o caminho não seria fácil. Neste local era muito fácil perder a direção sem falar nos buracos imensos, era muito úmido atolei o pé varias vezes, tem de tomar muito cuidado. Após atravessar este “mar”, chegamos até o rio, que por sinal era muito bonito também, tinha até uns poços para quem gosta de água gelada, nós não encaramos era cedo demais e tava muito frio. Seguimos o rio até chegar perto onde os morros que formam o vale ficam muito altos, formando um tipo de “Canyon”, o caminho segue pela direita, nos carregamos de água pois seria o ultimo ponto de água da travessia. Chegando ao topo do próximo morro para mos para comer algo e descansar um pouco, sempre apreciando a vista. Do lado do Vale do Paraíba avistava-se um paredão de pedra muito alto. Seguindo o caminho, após a refeição, avistamos outro pico a direita pensávamos que era o Pico dos Três Estados, mas estávamos enganados a trilha segue pela esquerda, uma descida muito em pé, sabe-se que nesta travessia se descer demais depois terá que subir a mesma quantidade um pouco a frente. A subida foi fogo, a vegetação não dá trégua atrapalha mesmo sem contar a umidade e o cansaço. Chegamos ao cume do Pico dos Três Estados, um lugar legal pra se acampar, paramos comemos apreciamos a vista e como não era muito tarde, decidimos acampar em uma área de Camping a frente para ganhar tempo no dia seguinte. Como em todo cume a muito Capim de Anta, quase perdemos a direção de novo, mas o esquema é não deixar o capim ficar mais alto que você marcar um ponto a frente e tentar ir o mais reto possível. Achamos o caminho e em seguida um bom lugar para levantar acampamento. Esse dia dormimos cedo 19:00h. já estávamos hibernando rsrs.

4º Dia

Como de praxe acordamos bem cedo, comemos e levantamos o acampamento para a ultima etapa da Travessia, mas nem por isso é a mais fácil. A subida do Pico dos Ivos também é osso de subir, como todas as subidas dos picos principais. Mas depois é praticamente morro abaixo aja joelho, e daí é uma mistura de bambu com Capim, às vezes juntos só para dificultar. A trilha acaba em uma rua de terra que em um momento se divide, é so pegar a esquerda e não tem erro, um pouco a frente tem um mina dágua a direita da estradinha, tem de ficar atento se não passa direto, mas logo a frente terá varios pontos de água não tem de se preocupar com água. A frente já chegando a Fazenda começa uma estrada, é só segui-la até o asfalto, na BR-354. Li em alguns relatos que no fim da trilha tinha uma pousada com restaurante, bom não vimos nada disso, creio que fechou sei lá. Chegando ao asfalto pensamos, “Ué acabou”!!! mas tínhamos que chegar em Itamonte-MG onde nosso amigo Gilberto iria nos pegar, mais ou menos uns 13 Km do ponto onde estávamos. Há uma linha de ônibus que liga Resende-RJ até São Lourenço-MG que passa por lá, mas não sabíamos o horários do bendito. O jeito foi seguir a pé em direção a Itamonte, achar alguém para pedir informação e ir pedindo carona. Uns 02 km a frente tinha uma casa a beira da estrada, perguntamos a um rapaz que brincava com uma criança se havia outra condução para nos levar, tipo Van, pau de arara, kombi, caminhão, etc, e se também tinha algum comércio a beira da estrada . Ele nos disse que não havia nenhum tipo de condução, era a pé ou de carona e que tambem nãot inha nenhum comercio, como restaurante ou bar ao longo da rodovia até Itamonte. Daí pronto pensamos “dançamos” bater a pézaum na beira daquela rodovia. Bom, como desgraça pouca é bobagem seguimos caminhando pela rodovia, o incrível que a maioria dos veículos estavam seguindo em direção contrária, nem tinha como pedir carona, demorava pelo menos uns 15 minutos até passar um carro na mesma direção que a nossa, e gente com o dedão levantado, mais nada. Depois de uns 3 km chegamos a uma pequena vila, e perguntamos a um morador sobre o ônibus, ele nos disse que passava pelo menos umas 4 vezes no dia essa linha que liga as duas cidades, a gente não botou muita fé mas fazer o que, nos disse também para esperar o ônibus no ponto que ficava a uns 100 metros dali. Agradecemos e seguimos para o tal ponto, que na verdade era um caule de arvore a beira da rodovia. Foi ai que nossa sorte virou, vinha uma Van Ducato , e pedimos carona quando vimos as luzes de freio se acenderem saímos em disparada. O motorista estava só na Van e perguntei quanto ele cobrava par nos levar, ele disse “Né nada não!!!” Fomos logo nos acomodando e agradecendo ao “Sr.Gilson”, e contando a ele o porque estávamos ali na rodovia, também era porque ficamos 04 dias sem ver a cara de mais ninguém diferente. Nos deixou em Itamonte agradecemos acho que umas 20 vezes pelo menos, e seguimos a Praça da principal onde era o ponto de encontro. Chegando lá fomos comer e tomar algo porque a essa hora a fome tava braba era 13:30h.mais ou menos, o Gilberto chegou guardamos as mochilas no carro e seguimos para casa.


Chegada a Toca do Lobo


Manoel e Marcos


Chegando na Pedra da Mina

Subindo a Pedra da Mina